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Chocolate: Vilão ou Mocinho?

O comércio de chocolates no mundo, vem crescendo de maneira gigantesca, possuindo até mesmo um dia direcionado a sua comemoração.

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Conheça as principais desvantagens por trás do consumo de chocolates na atualidade.

O comércio de chocolates no mundo, vem crescendo de maneira gigantesca. Possui até mesmo um dia direcionado a sua comemoração ocorrendo em 07 de julho, nesta respectiva data festeja o Dia Internacional do Chocolate. Este alimento é derivado do cacau que costuma ser cultivado em terras que sofrem a influência do clima tropical. Produzido em sua maioria no continente africano, em países como Costa do Marfim e Gana.

A árvore do cacaueiro é nativa da América do Sul e Central, com frutos que podem ser colhidos em até duas vezes por ano. A indústria utiliza esta respectiva matéria prima tanto para a produção de chocolates, como para produtos que podem ser benéficos para a saúde devido a sua ação antioxidante no organismo humano. Diante de tantos benefícios, acaba sendo triste mencionar como este fruto contribui com uma amarga construção histórica. Na qual se destaca o seu processo de produção e utilização da mão de obra.

Entenda como funciona o mercado de chocolates:

Quando se destaca os principais países do mundo que consomem chocolate, mais de 55% destes se encontram no continente Europeu. Além de um certo destaque para os Estados Unidos da América. A Suíça é o país número um quanto ao respectivo consumo, possuindo uma média de ingestão de 9 quilos do produto por habitante.

Na atualidade, é possível observar a presença de grandes empresas em atuação neste respectivo mercado, podendo citar: Mars, Mondelez, Nestlé, Ferrero, Kraft Foods, Hershey. Ao acessar os sites destas grandes marcas, se observa que as mesmas prezam por uma política adequada de produção desde a matéria prima até o produto final.

Avaliando deste modo, as principais características do mercado internacional quanto ao trato com os trabalhadores que lidam de maneira fixa e incessante, com este fruto. Entretanto, existem determinados sites que liberam regularmente reportagens exclusivas sobre a situação de trabalhadores voltados para o setor primário. Se encontram em países classificados economicamente como subdesenvolvidos e emergentes.

A situação dos trabalhadores que atuam na cultura do cacau:

Quando um consumidor adquirir uma barra de chocolate, pensará a partir de agora quais foram os principais trâmites realizados para que este produto tenha chegado nas suas mãos, por um determinado valor. A partir deste tipo de questionamento, será possível tocar na ferida mercadológica e capitalista, que visa apenas o lucro, não levando em conta que o trabalhador precisa ser respeitado.

Ao se verificar que as maiores produções de cacau na atualidade se encontram em países considerados pobres, através de uma percepção definida pelo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. É possível observar que o processo de exploração, inicia desde o cultivo, pois diversas extensões de terras, ou seja, latifúndios, costumam ser destinados para uma respectiva monocultura.

Tal fato, é analisado através do sistema de produção definido como Plantation, que ainda conta com um processo de produção voltado para o mercado externo. Ou seja, não se estimula uma agricultura local, para que se forneça alimentos para abastecer a população que de maneira contínua, sofre com elevados índices de fome e miséria.

Entretanto, ocorre uma produção em massa de commodities que abastecerão o mercado externo, especificamente as prateleiras dos países considerado desenvolvidos. O jornalista dinamarquês Alessandro Polonio, produziu no ano de 2010 o documentário “O lado negro do chocolate”, apontando de maneira gritante como o tráfico de crianças ocorre de forma intensa na Costa do Marfim, para que as mesmas venham a trabalhar nas plantações de cacau.

Muitos dos trabalhadores rurais da cultura cacaueira, produzem de maneira diária toneladas de grãos, entretanto provavelmente, nunca experimentaram o chocolate. As desigualdades sociais e o processo de exploração da mão de obra para abastecer o mercado, retratam a ironia de um mercado que deveria ser considerado doce.

É importante mencionar que esta realidade, infelizmente também é observada no território brasileiro, sendo pauta regular de movimentos sociais que procuram levar os direitos essenciais ao trabalhador do campo.

Chocolate: Vilão ou Mocinho?

Principais impactos ambientais da produção do cacau:

A dificuldade quanto ao monitoramento da produção, pode contribuir com números desastrosos quanto à retirada de biomas importantes pelo mundo tropical. A derrubada de florestas nativas para a produção, tem contribuído com o levantamento de dados realizados por ambientalistas que alegam a grande perda da biodiversidade.

O impacto irreversível nos ecossistemas, a constante ação dos agentes exógenos, modificam o relevo e reestruturam o solo como a erosão. Além do processo de sedimentação e assoreamento dos córregos locais. Este acaba sendo um dos preços que se paga, ao produzir esta respectiva matéria prima em larga escala. Falando em preço, qual acaba sendo a cotação do produto final?

Qual o valor do chocolate que é consumido:

Através de dados levantados por especialistas do comércio mundial atual, o valor final do produto não é condizente com o seu processo de produção. Ou seja, o consumidor tem acesso a uma mercadoria extremamente barata. Que infelizmente, acaba contribuindo com um processo de manutenção da exploração da mão de obra e do território.

Deste modo, as leis ambientais não são analisadas e respeitadas, alimentando um ciclo de miséria e destruição ambiental. Entretanto, qual seria a principal saída para alterar esta respectiva realidade? De acordo com alguns estudos levantados, principalmente por especialistas que lidam diretamente com a agricultura.

Esse ciclo pode ser quebrado a partir do momento que o agricultor venha a ter direito à terra. Ele será estimulado a produzir artigos que possam alimentar a sua população através de incentivos agrícolas. Deste modo, índices de miséria, pobreza, violência e tráfico de pessoas seriam reduzidos. O produtor, conseguiria escoar a sua produção através de feiras diretas com o consumidor.

Afinal de contas, a agroecologia, que é composta por um sistema agrícola que configura as principais concepções sobre as questões sociais, políticas, ambientais e éticas, compõem a base do processo de luta. Quando ocorre o consumo de qualquer tipo de alimento, o mesmo deve ser respeitado e o seu processo de produção verificado com cautela. Pois a sua ingestão, pode salientar informações socioeconômicas, que destacam como o consumo precisa ser ético, responsável e sustentável.

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